Professores de Pirambu

OS ALUNOS DO MÁRIO TRINDADE ESTÃO MOBILIZADOS

“Queremos os bebedouros!”

“Solicitamos ventiladores nas salas de aula”

Essas e outras frases de protesto fizeram parte das palavras de ordem expressadas pelos alunos da Escola Municipal Mário Trindade Cruz que decidiram se organizar e fizeram uma passeata na tarde de Quarta-feira (12/03) para exigir que os responsáveis tomem uma providência sobre o caos que se instalou na rede municipal de ensino de Pirambu, especificamente no Mário Trindade. Uma comissão de alunos participou de uma reunião com a Secretária de Educação a Profª. Sônia Maria para dialogarem sobre a pauta preparada pelos alunos. A lista de reivindicações é extensa. Os casos mais gritantes são: salas de aulas quentes; falta de transporte escolar e falta de bebedouros. “A secretária de educação nos garantiu que até o final da semana todos os problemas do Mário estarão resolvidos” informaram confiantes as alunas Daiane Dantas, Gessica Ferreira e Pauanne de Magalhães. Quanto ao último item da pauta, o mesmo tem causado polêmica nesses últimos dias por conta das medidas “paliativas” adotadas pela direção da escola, já denunciadas neste este blog.

Segundo os alunos, por diversas vezes procuraram a diretora Cláudia Tavares para obterem informações acerca dos problemas citados e que a mesma não dava explicações precisas e resumia-se a dizer que já tinha enviado ofício para a secretaria de educação informando-a dos problemas existentes na escola e que não obteve nenhum retorno. Ainda dentro da programação elaborada pelos alunos, na terça-feira (11/03) foi entregue ao Ministério Público local um abaixo-assinado solicitando a resolução dos problemas que afetam e rede municipal de ensino, inclusive os bebedouros. Pelo visto a visita ao Ministério Público surtiu efeito porque no final da tarde de hoje (quarta), o balde e as garrafas, digamos, os bebedouros antigos foram substituídos por outros que irão amenizar o problema. Resta saber se os demais itens da pauta irão ser cumpridos.

Outra queixa dos alunos é a falta de professores de Biologia e Educação Física. Lembrando que o caso “Ensino Médio” é antigo e que os professores tem uma opinião formada a esse respeito, levando em consideração a área de competência do município que se estende até o Ensino Fundamental. Por diversas vezes os gestores municipais foram alertados pelos professores através do SINTESE de que o Ensino Médio é competência do Estado e o município de Pirambu fere a legislação desviando recursos do FUNDEB para manter o Ensino Médio. Como medida paliativa, já que o município insiste em permanecer com as turmas do 2º, 3º anos, que se ampliasse a carga horária dos companheiros de cada área afim para atender a demanda ao invés de convocar novos professores levando em consideração o seguinte fato: quando as turmas do Ensino Médio concluir o curso, onde deverão lecionar os professores que foram convocados levando em consideração que o município não ampliou a matrícula do Ensino Fundamental pelo fato de não ter construído escolas? Irão lotar os professores nas escolas de/no papel?
Esse ano tornou-se público que o município iria fazer um convênio com o Estado para resolver a questão do Ensino Médio e até agora ninguém sabe informar em que pé anda a assinatura desse convênio. O que se sabe é que o município não abriu matrícula para o 1º ano do Ensino Médio referente ao ano letivo de 2008. E só. Com a palavra a administração municipal.

Há quem diga que essa atitude dos alunos é uma ousadia no sentido de não se admitir posturas como essas, principalmente quando se trata de estudantes. A expressão “ousadia” segundo o dicionário Aurélio quer dizer: destemido, corajoso, atrevido, audacioso. Nós professores temos a seguinte opinião sobre o assunto: Se essa postura dos alunos for entendida por quem quer que seja como uma atitude reprovável, inadmissível, devemos mudar de profissão, porque se a escola tem o objetivo de preparar cidadãos críticos, exigentes, cabe a nós aprender a conviver com situações dessa natureza e não tomar posicionamentos contrários instalando uma espécie de ditadura o que não é admitido pela nova proposta pedagógica concebida na atualidade.