Por Agnaldo dos Santos Silva agnaldocordelista@bol.com.br
Minha vovó sempre dizia
Que as “coisas” iam mudar
A Terra ia estremecer
Os peixes fugir do mar
As muié andar pelada
E a natureza ameaçada
Seu lugar ia retomar
*
Esse texto filosófico
Promete uma reflexão
Sobre o agir do homem
E a sua infiel relação
Com a velha natureza
Que com sua esperteza
Dá sempre o troco na mão
*
Zé Carango é um vivente
Que vai bem com a cervejinha
Tem cinco pares de patas
Nas costas leva uma malinha
Só vive andando de lado
Porque está desconfiado
De cair numa redinha
*
É um jovem caranguejo
Que anda sempre antenado
Defende o seu habitat
E vai dar o seu recado
Num duelo de consciência
Pra defender a decência
O palco já foi montado
*
O fato é que esse cara
Entrou numa situação
Um tanto quanto complicada
Com o homem sem coração
E se ninguém interferir
Seu Carango poderá ir
Para a lista de extinção
*
O tal do bicho homem
Só vive maltratando
A biodiversidade
Ta sempre prejudicando
As matas, os manguezais
E se for citar tem mais
Os rios estão se acabando
*
Para lhe dar a lição
Seu Carango fez a lista
Preparou-se pro duelo
E com pinta de artista
Começou a falação
Repassando informação
Pra o grande capitalista
*
O homem assim deu início
Minha espécie é especial
E os demais seres vivos
Nos devem um cabedal
Porque somos seres pensantes
E agora nesse instante
Vou mostrar meu arsenal
*
Zé Carango revidou
Com muita educação
De quem vive lá na lama
Suportando a traição
Dizendo: Meu Senhor!
O que lhe falta é amor
No seu cruel coração
*
Veja só o que acontece
Quando rola uma balada
É lixo pra todo lado
E aí meu camarada
Não dão fim a seu bagulho
E jogam todo o entulho
Na minha terra alagada
*
Dá licença seu Carango
Interrompe o cidadão
Higienizar é preciso
Se te magoei, perdão
Mas essa coisa de lixeira
Não passa de uma besteira
E o tempo tem o condão
*
Não desvie a sua culpa
Reconheça as marmeladas
E tem mais uma denúncia
No período das andadas
Não tens dó nem piedade
Não respeitas a idade
De minhas filhas mimadas
*
As fêmeas já adultas
Sofrem com a perseguição
Devoram seus filhotinhos
Ainda na gestação
Destroem milhões de vidas
E as vidas destruídas
Evitam a reprodução
*
Inda chamam minha casa
De imunda e fedorenta
Derrubam a sua flora
Meu cafofo se arrebenta
Com o aterro pesado
Pra construir um sobrado
Da família dos “Pimentas”
*
A cor de meu habitat
Vem da matéria orgânica
Produzida pelas folhas
Que na complexa dinâmica
Abre espaço pra visita
De uma turma de turista
Que vêm da região Balcânica
*
Esse rico ecossistema
De berçário ele é chamado
É um hotel mil estrelas
Por aqui fica hospedado
Da lagosta ao camarão
Do candunda ao tubarão
Quem diz é o seu criado
*
Nessa hora o bicho homem
Num gesto muito ligeiro
Interrompeu a conversa
E disse: Você quer dinheiro?
É um negócio honesto
Compro agora seu protesto
Com o jeitinho brasileiro.
Composição dos Versos: Septilhas
Que as “coisas” iam mudar
A Terra ia estremecer
Os peixes fugir do mar
As muié andar pelada
E a natureza ameaçada
Seu lugar ia retomar
*
Esse texto filosófico
Promete uma reflexão
Sobre o agir do homem
E a sua infiel relação
Com a velha natureza
Que com sua esperteza
Dá sempre o troco na mão
*
Zé Carango é um vivente
Que vai bem com a cervejinha
Tem cinco pares de patas
Nas costas leva uma malinha
Só vive andando de lado
Porque está desconfiado
De cair numa redinha
*
É um jovem caranguejo
Que anda sempre antenado
Defende o seu habitat
E vai dar o seu recado
Num duelo de consciência
Pra defender a decência
O palco já foi montado
*
O fato é que esse cara
Entrou numa situação
Um tanto quanto complicada
Com o homem sem coração
E se ninguém interferir
Seu Carango poderá ir
Para a lista de extinção
*
O tal do bicho homem
Só vive maltratando
A biodiversidade
Ta sempre prejudicando
As matas, os manguezais
E se for citar tem mais
Os rios estão se acabando
*
Para lhe dar a lição
Seu Carango fez a lista
Preparou-se pro duelo
E com pinta de artista
Começou a falação
Repassando informação
Pra o grande capitalista
*
O homem assim deu início
Minha espécie é especial
E os demais seres vivos
Nos devem um cabedal
Porque somos seres pensantes
E agora nesse instante
Vou mostrar meu arsenal
*
Zé Carango revidou
Com muita educação
De quem vive lá na lama
Suportando a traição
Dizendo: Meu Senhor!
O que lhe falta é amor
No seu cruel coração
*
Veja só o que acontece
Quando rola uma balada
É lixo pra todo lado
E aí meu camarada
Não dão fim a seu bagulho
E jogam todo o entulho
Na minha terra alagada
*
Dá licença seu Carango
Interrompe o cidadão
Higienizar é preciso
Se te magoei, perdão
Mas essa coisa de lixeira
Não passa de uma besteira
E o tempo tem o condão
*
Não desvie a sua culpa
Reconheça as marmeladas
E tem mais uma denúncia
No período das andadas
Não tens dó nem piedade
Não respeitas a idade
De minhas filhas mimadas
*
As fêmeas já adultas
Sofrem com a perseguição
Devoram seus filhotinhos
Ainda na gestação
Destroem milhões de vidas
E as vidas destruídas
Evitam a reprodução
*
Inda chamam minha casa
De imunda e fedorenta
Derrubam a sua flora
Meu cafofo se arrebenta
Com o aterro pesado
Pra construir um sobrado
Da família dos “Pimentas”
*
A cor de meu habitat
Vem da matéria orgânica
Produzida pelas folhas
Que na complexa dinâmica
Abre espaço pra visita
De uma turma de turista
Que vêm da região Balcânica
*
Esse rico ecossistema
De berçário ele é chamado
É um hotel mil estrelas
Por aqui fica hospedado
Da lagosta ao camarão
Do candunda ao tubarão
Quem diz é o seu criado
*
Nessa hora o bicho homem
Num gesto muito ligeiro
Interrompeu a conversa
E disse: Você quer dinheiro?
É um negócio honesto
Compro agora seu protesto
Com o jeitinho brasileiro.
Composição dos Versos: Septilhas
Obs: Qualquer semelhança com os nomes citados nesta obra será mera coincidência.
Agnaldo dos Santos Silva nasceu no dia 11 de agosto de 1977 em Japaratuba, mas sempre residiu em Pirambu. Filho de José Cláudio da Silva (Zezé Ferreirinha) e Maria Florência dos Santo Silva. É casado com Maria das Graças Santos, com quem tem um filho, José Fábio dos Santos Silva. É professor da rede municipal de ensino e é um dos idealizadores e responsáveis por este Blog !!
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