Respeite o professor
As mudanças na legislação, o rigor imposto pelo Ministério da Educação e a valorização da figura do professor não têm sido capazes de garantir que prefeituras respeitem seus mestres. É cada vez mais comum atraso de salário do magistério e, pior, remuneração abaixo do mínimo. Esse cenário é visto em dezenas de cidades sergipanas, mostrando o descaso com que alguns administradores tratam a educação. Essa falta de interesse só prejudica os alunos, que não recebem um ensino de qualidade e são obrigados a ficar várias semanas sem aulas quando há greves.Divina Pastora e Ribeirópolis são exemplos de municípios que estão em dívida com seus professores. No primeiro caso, o atraso de salários afeta o funcionalismo. Até mesmo os vereadores da cidade conseguem receber em dia. Em Ribeirópolis, revoltados, os professores chegaram ocupar o prédio da prefeitura. O problema afeta o magistério também em cidades como São Cristóvão, Maruim e Itabi. O prefeito de São Cristóvão, Zezinho da Everest, foi afastado pela Justiça para que o município pudesse priorizar os professores, que estavam sem receber salários. Não fosse a medida mais dura o problema persistiria.As prefeituras costumam penalizar seus professores sempre que estão em dificuldades financeiras. Em Divina Pastora, o município não pode receber repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e quem paga a conta é o funcionalismo. Essa situação absurda afeta famílias inteiras e cria desespero em quem sobrevive apenas da renda do município. E os alunos perdem meses de aula e têm o calendário anual comprometido. É uma situação vexatória que poderia ser evitada se os administradores soubessem lidar com recursos públicos e dessem mais atenção à educação.Outra situação inadmissível, mas muito corrente, é professor recebendo salário abaixo do teto mínimo, de R$ 380. É o que ocorre, por exemplo, em cidades como Carira, que muitas vezes não podem ou não têm interesse em pagar o salário mínimo. É uma decisão inconstitucional que penaliza os servidores e fere a lei. Os municípios que agem dessa forma têm que ser punidos e obrigados a reconhecer o valor que tem o magistério e as demais categorias. Não pagar salário mínimo é agir de forma desrespeitosa. Pagar a folha de salário é uma prioridade que muitos não acatam.Os órgãos fiscalizadores, como a Controladoria Geral da União e o Ministério Público, poderiam criar mecanismos que tornassem obrigatório o pagamento de salários em dia. Esse desrespeito é muito comum e está se tornando injustificável, pois as prefeituras têm fontes de renda asseguradas. A bagunça fiscal nessas prefeituras exige medidas como a adotada em São Cristóvão. A Justiça deveria repetir aquele gesto em outras cidades, afastando os gestores ineptos. Quem não é capacitado a honrar salários e priorizar áreas como educação tem que sofrer sanções. O magistério precisa ser remunerado de forma justa e receber em dia.
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